Escola Politécnica prioriza Segurança, Saúde e Meio Ambiente

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Em novembro de 2012, a Escola Politécnica da UFBA desenvolveu uma comissão para debater sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Os professores da instituição que estudam as questões ambientais criaram a comissão para a Escola e para a Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (SUMAI) da UFBA.

Para melhor gerir as necessidades encontradas, a comissão se subdividiu em duas seções, uma dedicada aos temas de Segurança e Saúde e outra às questões de Meio Ambiente. O passo inicial aconteceu com o desenvolvimento de uma política de gestão ambiental para a Politécnica, após reuniões mensais com pesquisadores da Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM).

Em parceria com a SUMAI, conseguiu-se implantar a coleta seletiva em diversas unidades da UFBA, além de criar normas para o tratamento dos serviços de saúde e dos resíduos químicos e radioativos. Tudo em poucos meses de trabalho e com profissionais sem dedicação exclusiva para o projeto, ainda sem nome definido institucionalmente, conforme explicam os entrevistados Magda Beretta e Asher Kiperstok, responsáveis pelo projeto e professores da Escola Politécnica da UFBA.

Magda Beretta. Fonte: Currículo LattesPROEXT: O projeto busca desenvolver uma política de meio ambiente na Escola Politécnica. Dentre tantas vertentes possíveis, quais são os primeiros caminhos a seguir?

Magda Beretta e Asher Kiperstok: O primeiro passo foi obter a aprovação da Congregação e a parceria dos servidores. Foi elaborado um plano de ação com objetivos gerenciais e acadêmicos, tendo elencadas ações, prioridades, impactos e finalmente as instâncias envolvidas. A seguir foram identificadas ações isoladas já existentes dentro da Escola que tratem do tema em questão. A equipe já fez as divisões das tarefas iniciais, como a elaboração dos manuais de procedimentos para cada tópico. Precisamos de um manual para a gestão de água e energia, outro para resíduos sólidos, um para resíduos químicos e assim por diante.

PROEXT: Como relacionar e administrar questões associadas ao meio ambiente com os problemas de saúde e de segurança, sobretudo ampliando da UFBA para toda a sociedade?

Magda e Asher: As ações de saúde e segurança estão vinculadas às questões ambientais. Temos como exemplo a gestão correta dos resíduos químicos. Atualmente, eles podem estar sendo descartados de forma inadequada, impactando tanto a comunidade acadêmica quanto a sociedade, pois, caso um resíduo perigoso seja despejado na pia, ele pode alcançar um corpo de água que abastece uma determinada comunidade.

Asher Kiperstok. Fonte: Agência de Notícias em C&TPROEXT: Para desenvolver um planejamento ambiental, quais questões devem ser consideradas, tendo em vista que a sustentabilidade toca, por exemplo, em problemas de estrutura, consumo e educação?

Magda e Asher: O planejamento ambiental deve contar com o apoio integral das instâncias superiores, no sentido de incentivar políticas que contemplem ações dentro da universidade, que incorporem conceitos de sustentabilidade ambiental. Já existe uma Instrução Normativa [Instrução Normativa 01/2010 do Ministério do Planejamento, Orçamento E Gestão] que define bem muitas ações nesse sentido dentro do serviço público. Com o tempo, a comunidade sempre trará no bojo das discussões a preocupação com o meio ambiente. Como nossos alunos desenvolverão atividades de grande repercussão na sociedade, ou estarão em cargos decisórios, criaremos as condições necessárias para a disseminação dessa cultura.

PROEXT: O projeto busca diminuir os problemas considerados gerenciais e acadêmicos. Sobre quais primas são abordadas essas duas questões?

Magda e Asher: Os gerencias englobam ações de cunho administrativo, executivo. Os acadêmicos pretendem inserir o tema transversalmente nas atividades acadêmicas, tais como nos conteúdos programáticos, na Pós-Graduação e nas ações extensionistas. O grande desafio é a universidade se apropriar das pesquisas nesta área, incorporando os conhecimentos obtidos na atualização das atividades gerenciais. Se isto não for alcançado, a universidade estará simplesmente implantando um plano de gestão ambiental, como qualquer outra empresa ou órgão. O desejo é ir além, criando novos conceitos e os testando dentro da universidade.

PROEXT: A Escola Politécnica é uma das maiores da UFBA, congrega um número alto de estudantes. Como pensar em um programa de meio ambiente para ser aplicado em toda a universidade e estendê-lo posteriormente à sociedade?

Magda e Asher: Não temos outra opção, a questão é como e quando. Fazer inicialmente um projeto menor, mas com metas de médio e longo prazo mais ousadas ou tentar implementar todos os objetivos simultaneamente? O fundamental é o envolvimento de todas as unidades e principalmente a capacitação de agentes disseminadores dentro de cada uma, a fim de fazer as adequações necessárias e o acompanhamento contínuo da execução das ações propostas no plano.

PROEXT: Existe uma possibilidade real de se construir uma sociedade sustentável?

Magda e Asher: O termo sustentabilidade tem sido utilizado de forma incorreta por muitas organizações privadas e públicas, banalizado-o com fins propagandísticos. É muito difícil hoje se afirmar que a humanidade seja capaz de construir uma sustentabilidade ambiental sem ter que passar por etapas que impliquem em grandes sacrifícios. Claro que estes sacrifícios irão sempre recair sobre as parcelas mais vulneráveis da população. Contudo, como qualquer utopia, não se pode abrir mão dela.

PROEXT: Qual é o papel das universidades nesse processo?

Magda e Asher: A contribuição das universidades passa por uma integração de conteúdos acadêmicos e práticos de vida universitária. Se quisermos ter credibilidade ao passar conteúdos acadêmicos comprometidos com a sustentabilidade, devemos praticar a sua construção nos nossos campi, cotidianamente. Construir sustentabilidade não é apenas cuidar de uma infraestrutura adequada, muito mais do que isto, é inserir este compromisso em todas as atividades da universidade, a partir de uma liderança firme e comprometida, capaz de motivar toda a comunidade.

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